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04/09/2020 | 15:18

Partido pede cassação de Jayme: "Agiu de forma traiçoeira"

O Partido Republicano da Ordem Social (Pros) ingressou com uma representação no Conselho de Ética do Senado contra o senador Jayme Campos (DEM), por quebra de decoro, após o parlamentar ser acusado de agredir um homem identificado como Marcelo Rezende em um evento em Várzea Grande, na última segunda-feira (31).

O partido pede, no documento, pelo afastamento de Jayme do cargo de presidente do Conselho de Ética do Senado e pela cassação de seu mandato. A representação foi protocolada na quarta-feira (2). 

Na representação, os advogados do partido afirmam que o senador agrediu um cidadão que tentava gravar uma entrevista com a prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos. Na ocasião, Marcelo questionava a prefeita sobre o abastecimento irregular de água na região em que residia. 

De acordo com o documento, o parlamentar agiu "sem qualquer justificativa e de maneira cavilosa (por trás)", desferindo "um soco seguido de um empurrão". Foram anexadas imagens do momento em que a agressão teria ocorrido.

A acusação afirma, ainda, que a vítima seguiu sendo agredida pelo secretário municipal de Serviços Públicos, Breno Gomes, e por um segurança de Jayme. 

"Registre-se ainda que afigurava-se verdadeiramente impossível que a vítima da agressão imaginasse ser atacado pelas costas por um senador da República, tal como o foi", diz trecho do documento, ao qual o MidiaNews teve acesso. 

Os advogados afirmam, ainda, que após o episódio, Jayme e familiares "regozijavam-se com as agressões desferidas" e que um vídeo, feito momentos antes da confusão ter início, mostram que o senador já teria ameaçado agredir Marcelo. 

"Importante frisar ainda que, compulsando os vídeos compartilhados nas redes sociais, encontrou-se um vídeo em que o senador ora representado, poucos segundos antes de agredir o munícipe, ameaçou-o para terceiros dizendo 'vou dar um murro na cara dele'", diz outro trecho. 

Afastamento 

Ao requerer o afastamento do senador do comando do Conselho de Ética, os advogados alegam necessidade de "preservar a imagem do Senado", bem como evitar que Jayme use a posição para dificultar a apuração de sua conduta. 

"O indício de prática de ato incompatível com o decoro parlamentar está presente. Como já afirmado, o senador Jayme Campos agiu em desconformidade com o decoro que possuía obrigação zelar ao agredir, fisicamente e de forma traiçoeira, um munícipe", ressaltam em trecho do documento. 

"O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação à imagem do Senado Federal está, no presente momento, escancarado eis que o ataque vil se encontra estampado em praticamente todos os meios de comunicação", acrescentam. 

Outro lado

Na ocasião do fato, em nota, a assessoria da Prefeitura de Várzea Grande informou que o rapaz que se diz agredido é candidato a vereador e foi ao evento “com segundas intenções”. 

"Estão querendo politizar para criar crise que não existe”, diz trecho da nota.
 
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