Cattani: “Está tudo em frangalhos, dilacerado; perdemos nosso maior tesouro”
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) revelou que o assassinato de sua filha, a empresária Raquel Cattani, de 26 anos, deixou toda a família com as emoções em "frangalhos".
Raquel foi morta com 34 facadas a mando do ex-marido, Romero Xavier, que não aceitava o término do relacionamento. Cattani a encontrou morta em casa, no assentamento Pontal do Marape, em Nova Mutum, na manhã do dia 19 de julho.
Segundo a Polícia, Romero pagou R$ 4 mil ao irmão, Rodrigo Xavier, para assassiná-la, simulando um latrocínio a fim de despistar investigações.
“Está tudo em frangalhos, dilacerado. Perdemos um dos nossos maiores tesouros. Nós temos três filhos e eles significam tudo. A Raquel não tinha problema com ninguém, todo mundo amava ela. Ela era um dos nossos maiores tesouros, era especial e todo mundo sabia disso. Perder ela é como perder um pedaço da nossa vida”, afirmou em entrevista ao MidiaNews.
Segundo Cattani, Romero tinha uma convivência pacífica com Raquel e por isso a família não desconfiou que o término entre eles poderia resultar em uma tragédia.
Raquel era mãe de duas crianças, uma de 6 anos e outra de 3, que estão sob a tutela de Cattani. O deputado contou que elas estão recebendo auxílio psicológico para amenizar danos causados pelo impacto do crime.
“É um cara frio, calculista, psicopata, dissimulado que até o último momento não deixou transparecer. Hoje eu estava olhando no meu telefone as últimas conversas que tive com ele. Dizia que estava com o coração dilacerado, porque não queria se separar, que amava ela e a nós”, disse.
Cattani também disse que o último dia ao lado da filha foi “espetacular” e contou detalhes dos momentos. Além disso, afirmou que Raquel estaria viva caso tivesse o direito de se defender com uma arma de fogo.
Confira os principais trechos da entrevista:
MidiaNews – Após vinte dias do assassinato de sua filha, Raquel Cattani, como está a família?
Gilerto Cattani – Nós não seguimos. Estamos abatidos, abalados, tristes. Rimos por fora e choramos por dentro. Sofremos a cada dia.
De manhã cedo, depois de um sonho ruim, você acorda e fala: “Poxa, era um sonho”. Para nós é ao contrário. Todos os dias percebemos que não era um sonho. A nossa filha não existe mais, um monstro tirou a vida dela de forma brutal, sem dó nem piedade, uma coisa que não tem explicação. Estamos só sobrevivendo, quem sabe Deus possa nos confortar no futuro, mas por enquanto está sendo muito difícil.
MidiaNews – A Raquel deixou dois filhos. Como tem sido a convivência com as crianças? É difícil explicar para eles a ausência da mãe?
Gilberto Cattani – Eles entendem que a mãe morreu. Só não compreendem o tamanho do problema que isso é. Para eles é um grande impacto, mas eles vão assimilar com o passar do tempo. Vão receber todo nosso carinho, nossos amor e ainda mais...
Estamos procurando auxílio psicológico para que possam ter uma vida menos impactada pelo que aconteceu.
MidiaNews – A Raquel vivia uma separação tumultuada? O senhor temeu que o crime pudesse ocorrer?
Gilberto Cattani – Nunca imaginei, até porque a separação dela não estava tumultuada. Eles nos chamaram e falaram: "Vamos nos separar. Vamos vender as coisas”. Então venderam o gado, separaram o dinheiro.
Ela estava com o dinheiro dela, ele com o dele. Até o último dia ele não deu nenhuma demonstração [de pretensão criminosa]. Não tinha como imaginarmos que isso aconteceria.
Por isso que digo às pessoas: cuidado. Você não imagina. Nós não tínhamos como ter noção. Muitas vezes conversei: “Raquel, ele brigou com você? Ele te bate?” E ela dizia “não, pai, ele só é grosso”, porque ele sempre foi um menino grosso e estúpido, mas em algumas situações. Depois pedia desculpa e tudo bem, nunca agrediu ela fisicamente, nada que pudéssemos falar que ia dar problema.
Nunca imaginamos, tanto é que no último dia do acontecimento, ele tinha deixado o irmão no mato, veio na nossa casa, almoçou conosco, com a Raquel e as crianças, demos risada juntos, depois foi com a Raquel e as crianças na casa, ela tomou banho, depois subiu para a vila, porque no outro diria iria para Cuiabá fazer uma amostra dos queijos dela, e o Romero ficou.
Ele deu banho nas crianças, as trocou e depois as levou para Tapurah para fazer a festa de aniversário do Pedro, que é o netinho mais velho. Então fez todo um álibi sabendo que tinha levado o cara lá [para matar Raquel].
É um cara frio, calculista, psicopata, dissimulado que até o último momento não deixou transparecer. Hoje eu estava olhando no meu telefone as últimas conversas que tive com ele. Dizia que estava com o coração dilacerado, porque não queria se separar, que amava ela e a nós.
Eu falei para ele “você é um filho para nós”, e de fato era. Ele era meu quarto filho, o considerava como tal porque era pai dos meus netos e esposo da minha filha. Não tinha como ser diferente, mas infelizmente não tinha como perceber e aconteceu, não tem mais o que fazer.
MidiaNews - O senhor menciona esse carinho familiar, como de um quarto filho. Dá para medir o tamanho da decepção que um acontecimento como esse representa?
Gilberto Cattani - Não. Não sei se é uma decepção, acho que é como Judas e Jesus Cristo, por exemplo. É uma traição, uma falta de amor por tudo que há em torno dele, porque ele não destruiu só a vida da Raquel. Se o intuito desse era esse não conseguiu. Ele destruiu a vida da Raquel, dos filhos dele, dele, da mãe dele, do irmão dele, da nossa.
É uma coisa que não é somente uma decepção. Na verdade não sei dizer o sentimento que tenho, mas com certeza não é um simples decepção. É algo muito maior.
MidiaNews - Falaram que na véspera do crime, o senhor queria que a Raquel dormisse na sua casa. É isso mesmo?
Gilberto Cattani - Ela sempre dormia lá em casa. Um dia antes do crime ela dormiu lá com as crianças, porque nós somos vizinhos. Ela estava conosco no dia anterior.
Nós jantamos na vila que fica a 10 km de onde a gente mora, fizemos um lanche na lanchonete de um amigo nosso. A Raquel estava conosco e ai a mãe dela falou: “Raquel, vai lá para casa, você está sozinha”.
E ela respondeu: “Não, mãe, vou para casa, porque vou arrumar a mala, amanhã vou levar os queijos”. Porque no outro dia ela ia cedo tirar o leite ainda e depois vinha para Cuiabá.
Aí nós fomos de caminhonete para casa. Ela ficou com a moto e foi para casa. Antes de ir para casa, passou na casa de uma amiga dela, pegou um vestido que tinha ficado para arrumar e foi para casa. Quando chegou, o camarada já estava esperando ela.
MidiaNews - O senhor, enquanto pai, estava com algum pressentimento?
Gilberto Cattani - Não, era uma rotina. Para você ter noção, tínhamos um evento, era a abertura do rodeio no Itanhangá e o prefeito Edu tinha nos convidado e como meu sítio não é longe de lá falei “nós vamos, sim”. E ela iria conosco na quinta-feira. Se tivéssemos ido, isso não teria acontecido. Mas o pessoal me ligou falando: “Olha deputado, quinta-feira é só a abertura, mas sábado tem a entrega das monções que o senhor vai dar aos pioneiros da cidade”.
E então falei: “Cancela hoje, vamos só sábado”. Se a gente soubesse...
Tem uma série de coisa que não adianta ficar pensando, porque é bobagem. Por exemplo, se a Raquel tivesse ido nesse evento ela não teria morrido, mas nós não fomos. Se ela tivesse dormido lá em casa não teria acontecido, mas ela não foi. Se nós tivéssemos ido com ela [até em casa] não teria acontecido, mas não fomos. Se ela tivesse ficado na casa da amiga dela, mas não ficou.
Uma série de coisas que poderiam, mas não aconteceram. Aconteceu daquela forma trágica e os únicos culpados são aquele que fez e aquele que mandou de fazer.
MidiaNews - No início da relação do Romero com a Raquel, qual era a impressão que ele dava ao senhor?
Gilberto Cattani - Essa relação deles você pode ver até nas redes sociais, eles viviam como um casal comum. Nós, esse ano que passou, fomos ao Pantanal, fomos pescar, nos divertir, ele sempre pegava as crianças e ia pescar, levava para a beira do rio. Normal, era um casal normal vivendo a vida deles.
MidiaNews - Quando eles anunciaram a separação, ela contou o motivo?
Gilberto Cattani - Ela não queria mais. Ele não, ele sempre quis e falou que ia lutar até o último momento, que queria ficar com ela, que amava ela. Isso ele sempre falou, mas ela não. Ela não queria mais e já tinha se desvencilhado dele.
Eles já estavam afastados há algum tempo e resolveram fazer a separação no papel recentemente.
Se você me perguntar, mas era uma separação litigiosa? Estavam brigando? Não, nunca teve uma discussão sobre nada. Isso a própria polícia viu na conversa deles que eles não brigavam por causa de gado, dinheiro disso ou daquilo. Nada disso.
MidiaNews - Pouco depois do crime, o senhor fez uma postagem nas redes sociais falando sobre falsas acusações sobre seu ex-genro. Depois falou que teria sido uma estratégia para manter ele por perto. O que aconteceu realmente?
Gilberto Cattani - Quando a Polícia chegou lá, no dia da morte da Raquel, eles conduziram o Romero para a delegacia, mas ele tinha um álibi muito bom, não estava na cena do crime e comprovou isso. Não tinha como ficar preso, ele não confessou crime nenhum. Se ele tivesse confessado estaria preso, se tivesse uma unha de pendência não sairia de lá. Como não tinha como segurar ele preso a polícia o soltou.
Nós achamos a Raquel era umas 8h e pouco, 9h saiu uma matéria dizendo: “Filha de deputado é encontrada morta a tiros e o marido confessa que foi feminicídio”. Isso é mentira, mentira deslavada. E as pessoas que fazem essas mentiras não são punidas. Quando Romero foi liberado eles disseram: “Genro de deputado é preso e confessa crime de feminicídio”. Outra mentira. Depois saiu uma matéria que eu tinha matado minha filha.
Eu não aguentei aquilo e fiz uma postagem dizendo o seguinte: “O meu genro não foi preso e não confessou crime algum. Assim como eu também não matei a minha filha, respeitem a nossa dor, seus desgraçados”. Essa é a postagem e ela está lá para quem quiser ver.
Vi uma pessoa em São Paulo fazendo uma reportagem e dizendo que eu tinha falado que o Romero era acima de qualquer suspeita, que defendi o genro. Isso é mentira, é só ler a postagem que você vai ver que eu estava condenando mentiras sobre o caso.
E no dia que falei que o Romero estava lá em casa e que eu falei que nós desconfiávamos dele, mas não podíamos deixar ele longe porque queríamos uma solução para o caso, ai colocaram como se eu estivesse me redimindo daquilo. Mentindo.
Mas graças a Deus o caso foi resolvido, seguramos ele sim até o último momento para que a polícia pudesse pegá-lo, porque acho que senão até hoje ele estaria sendo procurado. Está tudo resolvido, em partes, porque nossa filha nunca vai voltar.
MidiaNews - A publicação foi uma orientação da Polícia para mantê-lo por perto?
Gilberto Cattani - Não uma orientação direta, mas indiretamente sim. Eles falavam que iam soltar ele [Romero], mas que não tinha nada descartado, então obviamente alguma coisa eles sabiam, mas não podiam falar.
E sempre que eu falava com a polícia também colocava a imagem dele e dizia que ele estava comigo, sempre tentando segurá-lo por perto.
MidiaNews - Como foi para o senhor ter que ter essa tolerância com ele para não deixá-lo fugir?
Gilberto Cattani - Foi terrível, mas não foi forçado, porque até então não sabíamos que era ele. Enquanto a gente não pegasse o cara que fez a gente não sabia quem era. Eu não desconfiava só dele, desconfiava também dos meus vizinhos, dos meus funcionários, de todo mundo. Porque, você está em um lugar distante, uma pessoa chega para roubar, como essa pessoa foi roubar logo na Raquel sabendo que ela estava sozinha? Tinha tantas outras casas, mas ele foi justo na dela.
Na nossa cabeça passava um monte de coisa, não tínhamos a certeza que era ele, só tivemos certeza quando a polícia veio buscá-lo, mas ai já com tudo resolvido. Nós não sabíamos de nada.
MidiaNews - Como está o coração da família nesse momento?
Gilberto Cattani - Está tudo em frangalhos, dilacerado, nós perdemos um dos nossos maiores tesouros. Nós temos três filhos e eles significam tudo. A Raquel era uma menina diferente do que a sociedade prega, ela não tinha problema com ninguém, não tinha inimizade com ninguém, todo mundo amava ela, muitas pessoas que não gostavam de mim pela minha ignorância amavam a Raquel. Ela era um dos nossos maiores tesouros, assim como os outros dois são, mas ela era especial e todo mundo sabia disso. Perder ela é como perder um pedaço da nossa vida.
Tenho certeza que vou ver a Raquel novamente, é a promessa que nosso Senhor nos deixou, mas até lá o nosso sofrimento vai ser constante.
MidiaNews - A família tem se abraçado para suportar esse luto?
Gilberto Cattani - Com certeza, todos juntos sempre. No dia que aconteceu até o dia que viemos embora, na segunda-feira passada, lá no meu sitio não ficou um dia sem ninguém. Pelo contrário, sempre cheio de gente, tanto da família, como vizinho, amigos e aqui em Cuiabá não foi diferente.
Para nós é um prazer, porque não tem palavras para esse momento, nunca vai ter uma palavra de conforto, mas a pessoa mostrando que é companheiro é bom demais, conforta muito.
MidiaNews - O senhor apresentou na Assembleia uma proposta que permite porte de arma à mulher ameaçada. Como se trata de um tema federal, não pensa em encampar essa proposta no Congresso Nacional, através de algum deputado federal do PL?
Gilberto Cattani - Com certeza, nós já fizemos isso. Se a minha filha tivesse o direito de se defender, não estaríamos chorando por ela hoje. Se a minha filha tivesse o direito de ter na cintura um revólver, uma pistola quando ele foi nela com uma faca, ela teria se defendido a altura.
É impossível que uma mulher possa se defender de um homem com uma faca na mão, a covardia é muito grande. Agora, se ela tiver uma pistola na cintura com certeza pode se defender.
Se a minha filha tivesse tido o direito de defender sua própria vida com uma arma de fogo, com certeza ela estaria viva hoje. Não tenho dúvidas disso.
Por isso nós vamos brigar sim, esse projeto meu não diz sobre o porte de arma, mas sobre o reconhecimento de risco, que o nosso estatuto do desarmamento um dos primeiros itens é que se tiver o reconhecimento da efetiva necessidade, se você corre risco de vida, você pode buscar seu porte de arma diante de toda legislação posta. Isso vai dar sim um passo importante para as mulheres, principalmente para as que têm medida protetiva.
MidiaNews - A Raquel sabia atirar?
Gilberto Cattani - A Raquel era muito boa de tiro, a pessoa para portar uma arma tem que ser boa de tiro, você só consegue ter uma arma se fizer cursos, é igual tirar uma CNH, se você não fizer aulas para dirigir muito bem e seguir as regras de trânsito, você não vai tirar a carteira. A arma é a mesma coisa, ninguém vai ter uma se não souber atirar.
MidiaNews - A Polícia divulgou que Romero tentou montar um álibi no dia no crime e foi almoçar com o senhor e a sua família. Ele teria até chorado nesse almoço. Como foi esse último almoço com ele?
Gilberto Cattani - Foi normal. Não tinha acontecido nada, não tinha problema nenhum. Ele estava com a Raquel, com as crianças, almoçamos juntos e foi normal. Nem desconfiávamos que isso ia acontecer, se a gente desconfiasse ela não teria morrido.
O álibi que ele criou foi no dia da morte, quando ele levou as crianças para Tapurah, mandou o irmão dele fazer o serviço e ficou tirando fotos, gravando em lugares que tinha câmeras, para mostrar que não estava na cena do crime.
Agora, nós almoçarmos com ele e foi normal. Almoçamos com ele, a Raquel e as crianças como fazíamos sempre.
MidiaNews - Vocês estranharam algo no comportamento dele nesse encontro?
Gilberto Cattani - Ele foi o maior dissimulado que você pode imaginar, não deu nenhum sinal, pelo contrário. Os sinais que ele dava era que estava tudo bem.
MidiaNews - Como foi o seu último dia com a sua filha?
Gilberto Cattani - Foi magnifico, acho que vamos levar isso para nossa eternidade também.
De manhã cedo ela estava lá no sítio, tirou leite conosco, foi mexer com os queijos dela, almoçamos juntos. Depois ela foi se arrumar, porque estava toda eufórica que iria expor os queijos dela aqui em Cuiabá e a noite jantamos juntos. Foi um dia espetacular, vai ficar na nossa memória para sempre.
MidiaNews - O senhor encontrou a Raquel na residência. O que aconteceu naquele dia? Tinha combinado de encontrá-la ou ficou preocupado e foi até a casa dela?
Gilberto Cattani - Ela ia vir tirar o leite de manhã cedo, mas não apareceu. Ela sempre vinha e no máximo 7h estava tirando o leite. Ela não apareceu, eu fui para a vila e a mãe dela ficou em casa e começou a ficar preocupada. Ela, então, começou a mandar mensagens para a Raquel, mas ela não respondia e isso aumentou a preocupação dela.
Conforme aumentou a preocupação, ela pediu para o vizinho, que foi lá em casa arrumar o ar-condicionado, para que ele a levasse até a casa da Raquel. E ela foi junto com meu filho mais novo, o Felipe, e quando chegou lá achou a Raquel morta.
Ela foi atrás de mim desesperada e nos encontramos na vila e retornamos para a casa da Raquel. E então a encontrei morta.
MidiaNews - O senhor sabe descrever o sentimento de ver aquela cena?
Gilberto Cattani - Eu me lembro, mas não consigo te falar. Um sentimento que nunca senti na vida e tenho ele até hoje, não sei se vai passar, mas não consigo passar para você.
MidiaNews - Romero levou seus netos para outra cidade na véspera do crime. Ele viajar com as crianças era algo comum?
Gilberto Cattani - Sim, ele viajava com as crianças, levava para pescar. Tinha vezes que ele ficava três, quatro dias na beira do rio com eles, fazia acampamento, montava barraquinha. Era um cara normal, não tinha nada que você ficasse desconfiado, não tinha isso.
Por isso falo para as pessoas, você não vai saber. Você tem que cuidar ao máximo, conviver ao máximo, ser família o máximo que puder ser. Quando falo em ser família é ser amigo, andar junto, ver tudo, porque a pessoa não vai perceber, porque se ela percebesse não aconteceria.
Você acha que se eu percebesse alguma coisa minha filha estaria morta?
Então, esse negócio de você sabia, você imagina é absurdo, porque se você imaginasse ou se você soubesse não aconteceria.